Pesquisadores brasileiros dão novo passo em busca de um material invisível
Você provavelmente já deve ter sonhado em ser invisível ao menos uma vez em sua vida, a capa da invisibilidade como nos filmes Harry Potter apesar de ainda distante da realidade pode não ser tão ficção científica no futuro. Cientistas estão próximos da criação de um material invisível, esse material consistiria em algo que a luz não se refletiria (como em um espelho), não se espalharia (como em um corpo translúcido) e não mudaria de cor (como em um vidro colorido).
E esse passo foi dado com o avanço na pesquisa sobre propriedades capazes de tornar um material invisível obtido com nano partículas de óxido de cobalto sintetizadas na presença do aminoácido L-cisteína.
O trabalho foi tema do artigo Chiromagnetic nanoparticles and gel, publicado na revista Science. É resultado de uma colaboração internacional iniciada há três anos que reúne pesquisadores da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) e University of Michigan, nos Estados Unidos, por meio dos grupos liderados por André Farias de Moura e Nicholas Kotov, respectivamente. A colaboração se deu no âmbito do Centro de Desenvolvimento de Materiais Funcionais (CDMF) – um Centro de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPID) apoiado pela FAPESP, que viabilizou a vinda do professor Kotov ao Brasil em 2012.
Para conseguir um material invisível os pesquisadores buscaram a combinação de características do magnetismo – que pode mover e distorcer a direção da luz – com a quiralidade, que não podem ser sobrepostas às suas imagens especulares, por isso o uso da L-cisteína. O objetivo de otimizar o efeito conhecido como “dicroísmo circular magnético”, que é a propriedade utilizada para controlar a transparência do material na presença de campos magnéticos e também a sua atividade catalítica na presença de luz.
Moura e Kotov conseguiram fazer o material opaco ficar transparente usando um campo magnético. Pelo fato de ser capaz de mudar o material de opaco para transparente e vice-versa, prevê-se que seja possível ligar e desligar a conexão entre duas fibras ópticas transmitindo dados ou reações químicas que dependem de luz.
Em entrevista para Revista FAPESP Moura adverte que isso ainda não torna o material pesquisado invisível. “Mas, para aplicações tecnológicas diversas, já é um avanço fantástico sermos capazes de mudar o material de opaco para transparente e de volta para opaco”, disse.
Referências: Science