Como vemos as cores?

A visão, um dos principais sentidos do corpo humano, é uma das formas mais potentes de percepção e interpretação do ambiente ao redor já inventadas pela natureza. Ela é capaz de captar diferentes comprimentos de luz visível – a fração do espectro eletromagnético que nossos olhos conseguem detectar – e, transformando-os em estímulos nervosos, entender as formas, cores e tamanhos dos mais diversos objetos e seres existentes nas redondezas.

A luz visível no espectro eletromagnético.
Retirado de http://blenderpower.com.br/.

Para que a nossa visão funcione, é necessário que os nossos olhos captem uma quantidade mínima de luz. Na nossa retina – a parte do olho responsável pela formação das imagens – existem dois tipos principais de fotorreceptores – as células que captam os estímulos luminosos fornecidos pelo ambiente: os bastonetes e os cones. Os bastonetes são capazes de funcionar com uma quantidade muito pequena de luz; no entanto, não conseguem captar cores. É por isso que, à meia-luz, não conseguimos distinguir corretamente a coloração dos objetos. Os cones, por outro lado, são neurônios responsáveis pela distinção das diversas tonalidades de cores que somos capazes de enxergar.

Anatomia da retina humana.
Retirado de http://www.infoescola.com/.

No olho humano existem três tipos básicos de cones: o cone L (“long”, longo), que capta comprimentos de onda longos, na faixa do vermelho; o cone M (“medium”, médio), que capta ondas na faixa do verde; e o cone S (“short”, curto), que detecta comprimentos na faixa do azul. A combinação entre as ondas detectadas pelos três tipos de células formam todas as cores e tonalidades que somos capazes de enxergar.

Os três tipos de cones e os comprimentos de ondas que são capazes de detectar.
Retirado de http://corisectelmo.blogspot.com.br/.

Existem pessoas que não são capazes de detectar as cores normalmente. Tais indivíduos são chamados de daltônicos. O daltonismo, ou discromatopsia, é um distúrbio da visão que afeta o funcionamento normal dos cones. Ele possui origem genética, sendo transmitido de forma hereditária. Existem três tipos de daltonismo:

  • Protanopia e protanomalia, causado por ausência ou mau funcionamento do cone L, respectivamente;
  • Deuteranopia e deuteranomalia, de longe o tipo mais comum, causado por ausência ou mau funcionamento do cone M;
  • Tritanopia e tritanomalia, o tipo mais raro, causado por ausência ou mau funcionamento do cone S.

A protanopia e a deuteranopia são tipos de daltonismo com herança ligada ao sexo. Ou seja, os genes ligados a elas estão presentes nos cromossomos sexuais – no caso, no cromossomo X. Dessa forma, indivíduos do sexo masculino (XY) , por possuírem apenas uma cópia do cromossomo X, possuem maior chance de possuírem o daltonismo do que indivíduos do sexo feminino (XX) – já que nestes é necessário que haja duas cópias do gene, uma em cada cromossomo X, para que o distúrbio se manifeste.

No entanto, o terceiro tipo de daltonismo – a tritanopia – não é um distúrbio ligado ao sexo. O gene responsável por ele está no cromossomo 7 – um autossomo, não um cromossomo sexual -, de forma que indivíduos do sexo masculino ou feminino possuem a mesma chance de manifestá-lo.

Como indivíduos com cada tipo de daltonismo enxergariam os Power Rangers.