Temperatura basal é um bom indicador de período de ovulação?
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Um método contraceptivo – ou para casais que querem ter um filho – razoavelmente conhecido se dá por meio do monitoramento da temperatura basal, que é a temperatura do corpo logo ao acordar. O método consiste em a mulher medir a temperatura corporal, usando o termômetro basal(que possui mais precisão) todos os dias logo ao acordar. A temperatura é ligeiramente mais baixa antes da ovulação, que pode ser detectada quando ocorrer um aumento de 0,25º C a 0,50ºC na temperatura. Mas esse método é confiável?
Pesquisadores do Chang Gung Memorial Hospital, de Taiwan, publicaram em maio deste ano um review(compilação de informações sobre um determinado tema anteriormente publicadas em periódicos científicos) sobre métodos de detecção da ovulação. Um dos métodos tratados é justamente o monitoramento da temperatura basal.
Segundo os pesquisadores, o método tem alguns problemas, pois a temperatura pode oscilar por fatores como estresse, consumo de álcool, febre ou fatores psicológicos. Para contornar isso, um estudo foi feito subtraindo da temperatura basal da mulher a temperatura basal de seu parceiro, permitindo que se isole os fatores anteriormente citados. Contudo, o estudo conduzido fora realizado com uma pequena amostra de ciclos de fertilidade e apenas funciona para mulheres que dormem com seus parceiros.
Resultados descritos em outro estudo também apontam que o método funcionou, com margem de erro de 1 dia, para 17 de 77 ciclos analisados(22,1%). Ainda assim, o método pode ser utilizado para ter uma noção superficial do período de fertilidade.
Uma forma relativamente simples de se monitorar os períodos de fertilidade é combinar o monitoramento da temperatura basal com a verificação do muco cervical, que fica mais denso quando a mulher não está fértil e com aparência semelhante à clara de ovo no período fértil. Dentre as mulheres utilizando esse método combinado, a taxa de gravidez não desejada foi de 1,8%.
Além dos métodos anteriormente citados existem outros mais confiáveis, como a ultrassonografia e o exame de urina. Logo é sempre recomendável que os casais interessados em ter filhos busquem acompanhamento médico para determinar a melhor forma. Para contracepção os métodos citados não são indicados, pois não protegem de doenças sexualmente transmissíveis e possuem uma grande margem de erro devido ao cuidado necessário: a mulher não pode perder sequer um dia de medição da temperatura ou verificação da consistência do muco cervical.
Referências:
Camargos AF, et al. Anticoncepção, endocrinologia e infertilidade: soluções para as questões da ciclicidade feminina. Belo Horizonte: COOPMED/UFMG, 2011
Hsiu Wei Su, Yu-Shiao Wi, Ting-Yen Wei et al. Detection of ovulation, a review of currently available methods. 16 may 2017, Bioengineering & Translational Medicine. http://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1002/btm2.10058/full
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