Física de bolhas pode explicar padrões de linguagem
Traduzido de Neuroscience News
Padrões de linguagem podem ser previstos por simples leis da física, segundo novo estudo.
O Dr. James Burridge da Universidade de Portsmouth publicou uma teoria usando ideias da física para prever onde e como os dialetos ocorrem.
Ele disse: “Se você quer saber onde encontrar os dialetos e o porquê, muitos podem ser previstos pela física de bolhas e nossa tendência de copiar as pessoas ao redor.
“Copiar causa a formação de grandes regiões onde uma forma de falar domina. Onde as regiões de dialeto encontram-se, existe tensão superficial. A tensão superficial faz com que água e óleo se separem em camadas, e também causa pequenas bolhas que misturam-se para formar uma maior.
“As pequenas bolhas são como grupos de pessoas – elas misturam-se em grandes bolhas porque querem adequar-se aos vizinhos.
“Quando as pessoas falam e se escutam, elas tendem a se adequar aos padrões de fala que ouvem os outros usando, e então alinham seus dialetos”.
O Dr Burridge, membro do departamento de matemática de sua Universidade, parte das abordagens pré-existentes de estudos de dialeto para formular uma teoria sobre como o formato do país e distribuição populacional exercem um importante papel em como as regiões de dialeto evoluem.
Dialetologistas usam o termo “isoglossa” para descreverem uma linha num mapa que marca uma área com característica linguística distinta.
Dr Burridge disse: “Estas isoglossas são como as bordas de bolhas – a matemática utilizada para descrever bolhas também pode descrever dialetos.
“Meu modelo mostra que dialetos tendem a moverem-se para fora de centros populacionais, o que explica por que cidades têm seus próprios dialetos.
“Isto é o porquê de muitos dialetos terem uma grande cidade em seu centro – quanto maior a cidade, maior o efeito. Isso também explica por que novas formas de falar se espalham para longe de centros urbanos.”
Seu modelo também mostra que as fronteiras de linguagem tornam-se mais suaves com o tempo, o que estabiliza os dialetos. Na imagem em destaque é possível notar que as regiões de cada dialeto mudaram ao longo do tempo, tendendo à uma configuração onde a superfície de contato entre as isoglossas é menor, sendo portanto mais estáveis.
A pesquisa do Dr. Burridge é movida por um interesse de muito tempo em padrões espaciais e a ideia de que o comportamento de humanos e animais podem evoluir de maneira previsível. Sua pesquisa foi financiada pelo Leverhulme Trust(organização britânica de financiamento científico).
Referências:
University of Portsmouth “Physics of Bubbles May Explain Language Patterns.” NeuroscienceNews. NeuroscienceNews, 24 July 2017.
<http://neurosciencenews.com/language-bubble-physics-7168/>.