Exercício durante a gravidez gera prole mais ativa, conclui estudo
Imagem de capa: “Mike” Michael L. Baird via wikipedia commons
Que exercício faz bem, todo mundo sabe, mas poderiam esses benefícios passarem de mãe para filha? Aparentemente sim, concluiu um estudo de Robert A. Waterland, pesquisador do Texas, e sua equipe. Já se havia observado que mães que tem o hábito de se exercitar tendem a ter filhos mais fisicamente ativos, mas não se tinha certeza se isso se tratava de uma influência biológica, ou comportamental – afinal, uma mãe com hábitos saudáveis tende a passar estes hábitos para seus filhos.
Assim, os pesquisadores resolveram estudar os efeitos do exercícios em ratas grávidas. Estudos anteriores já haviam indicado que exercício durante a gravidez causava alterações metabólicas nos filhotes, mas ainda não se havia investigado se isso afetava a propensão destes filhotes à prática de exercício físico. Para tal, Waterland e sua equipe permitiram acesso à uma roda de exercícios para todas as ratas do experimento, e selecionaram aquelas que mais “gostavam” da atividade (Ou seja, as que corriam mais na roda). Feito isso, as ratas foram divididas em dois grupos – as que teriam acesso livre à roda de exercício, e as que não teriam. Então, as ratas cruzaram com ratos machos para engravidarem.

Exercícios físicos são benéficos para a saúde de diversas formas, ajudando a combater doenças como obesidade e diabetes. (Imagem: US Navy)
Conforme a gravidez progrediu, naturalmente as ratas reduziram sua carga de exercícios – de uma média de 10 quilômetros de corrida no início do experimento para uma média de três quilômetros de caminhada nos estágios mais avançados da gravidez. Ainda assim, os resultados satisfizeram os pesquisadores: Os filhotes das ratas que se exercitaram durante a gravidez eram mais fisicamente ativos do que os do outro grupo, mesmo durante sua vida adulta.
Com isso, os pesquisadores demonstraram que não é apenas a genética que influencia a predisposição de um indivíduo à atividade física, mas também os fatores ambientais que o cercam. Portanto, é algo que pode ser modelado – os pesquisadores afirmam no artigo que se resultados semelhantes se repetirem em humanos, esta pode ser uma estratégia simples e muito eficaz no combate à epidemia mundial de obesidade e sedentarismo.
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