Novo tratamento contra o câncer choca pesquisadores

Imagem de capa: Encontrada na internet, autor desconhecido. Extraído de aiche.org

Dentre a vasta gama de doenças e aflições que atingem o ser humano, os vários tipos de câncer estão provavelmente entre as mais temidas, em boa parte devido à dificuldade de curar essas doenças. Os tratamentos atuais possuem eficácia limitada e potentes efeitos colaterais. Portanto, sempre que uma nova forma de tratamento é aplicada com sucesso, a comunidade científica comemora.

Neste último dia 14 de fevereiro, o Dr. Stanley Ridell, pesquisador no Fred Hutchinson Cancer Research Center (Centro de Pesquisa em Câncer Fred Hutchinson) em Seattle apresentou no encontro anual do American Association for the Advancement of Science (Associação Americana para o Avanço da Ciência) os resultados preliminares de sua pesquisa com Imunoterapia contra o câncer, e os resultados foram celebrados no mundo todo.

O tratamento de Ridell e sua requipe, chamado de “Adoptive Cell Transfer” (Transferência de Células Adotivas) consiste em extrair e modificar alguns Linfócitos T, que são células que participam da resposta imune do organismo. Esses Linfócitos T foram modificados para apresentarem receptores artificiais chamados de CARS (Sigle para “Receptores Quiméricos de Antígenos”), capazes de reconhecer as células cancerígenas de maneira mais eficiente e, então, destruí-las. Então, células são reintroduzidas no organismo e conferem à ele uma capacidade de desencadear uma resposta potente e duradoura contra o câncer.

Linfoma após 2 meses de tratamento. Imagem de Fred Hutch News Service via Eureka Alert (http://www.eurekalert.org/multimedia/pub/108462.php?from=318460)

Os testes preliminares foram realizados em pacientes com leucemia e linfoma. Os pacientes estavam em estado terminal e não tinham respondido às outras formas de tratamento. Os resultados surpreenderam a equipe: 94% dos pacientes com leucemia apresentaram remissão total do câncer através da ação dos Linfócitos T modificados. Para os pacientes com linfoma, 63% apresentaram algum tipo de melhora com o tratamento. E esses resultados foram encontrados após uma única dose.

Naturalmente, o tratamento não foi completamente livre de efeitos colaterais. 7 dos pacientes precisaram ser internados em tratamento intensivo devido à uma reação conhecida como “Tempestade de Citocinas”. 2 destes 7 pacientes morreram. Além disso, a empolgação precisa ser contida – estes testes são meramente preliminares, e ainda não foram publicados em um periódico científico. Ainda assim, esses são os primeiros passos para a emergência de um novo tratamento que pode ser extremamente eficaz contra alguns tipos de Câncer, e que ainda pode ser muito aprimorado.

Fontes:

Popular ScienceNew York PostEurekalert

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