Taxa de estresse pós-traumático de guardas carcerários equivale à de veteranos de guerra
Pessoas que trabalham no sistema carcerário sofrem do distúrbio tanto quanto veteranos atuantes no Iraque e Afeganistão, aponta um novo estudo da Faculdade de Enfermagem da Universidade Estadual de Washington.
As condições de trabalho em uma prisão podem incluir regulares exposições à violência e traumas, assim como ameaças contra os seus trabalhadores e suas famílias. Antigos estudos mostraram que os seus empregados possuem a mais alta taxa de distúrbios mentais, distúrbios de sono e problemas gerais de saúde dentre todos os outros trabalhadores americanos, mas a taxa de estresse pós-traumático ainda não é muito bem compreendida.
O novo estudo, “Riscos e fatores protetivos sobre trabalhos em prisões e estresse pós-traumático”, foi conduzido pela investigadora Lois James, Ph.D. e professora assistente da Faculdade de Enfermagem da WSU, e pela co-investigadora Natalie Todak, professora da Universidade do Alabama em Birmingham. O artigo foi publicado pela American Journal of Industrial Medicine e mencionado em Force Science News.
“As pessoas que trabalham em centros de detenção talvez encarem algumas das piores condições de trabalho dentre todos os trabalhadores dos Estados Unidos,” disse James. “Ainda assim há pouca evidência a respeito dos riscos específicos para que nos informemos sobre como intervir.”
Dentre os resultados encontrados pelo estudo, foi descoberto que:
- Funcionários vivem sob constantes ameaças contra a sua segurança pessoal, e um quarto desse número também sofre com ameaças direcionadas à família.
- Metade dos funcionários relatou já ter testemunhado um colega ser seriamente ferido por um dos detentos.
- Mais da metade viu um detento morrer, ou teve contato com algum que já faleceu.
- A vasta maioria já teve contato com detentos que sofreram espancamento ou abuso sexual.
O índice de distúrbio de estresse pós-traumático (PTSD) mostrou-se maior nos casos de mulheres, funcionário negros e funcionários com mais de dez anos de experiência. Os dados dos resultados não diferiram baseado no local onde os envolvidos trabalharam, não importando se foram funcionários de um ambiente de mínima ou máxima segurança por exemplo, conforme segue o critério do Manual de Diagnóstico e Estatística de Distúrbios Mentais.
James e Todak reuniram uma pequena amostra de 355 funcionários de um sindicato do Departamento Correcional do Estado de Washington, e recomenda que mais estudo sobre o tema seja aplicado.
Ainda assim, eles alegam que seu estudo sugere que profissões do ramo poderiam receber um treinamento específico para promover resiliência. Eles também alegam que questões comuns a quase todo local de trabalho também podem vir a proteger os funcionários de desenvolver PTSD, como por exemplo, ter uma boa relação com os seus supervisores e colegas, ou motivar seus funcionários a verem valor em suas tarefas.
Siga o Mural também no Facebook, no Twitter e no Instagram
###
Fonte da matéria: EurekAlert!
Fonte da imagem: NewsWeek