A projeção da mortalidade infantil no Brasil
Quando comparada com as medidas de austeridade fiscal que estão sendo implementadas no Brasil, a manutenção da proteção social mostra que poderia resultar em uma redução da mortalidade infantil em 8,6% até 2030, de acordo com simulações publicadas nesta semana na PLOS Medicine, por Davide Rasella e seus colegas da Universidade Federal da Bahia.
Desde 2015, uma grande crise econômica vem trazendo com ela um acréscimo nos índices de pobreza e a implementação de medidas de austeridade, incluindo propostas de cortes em programas sociais como o Programa Bolsa Família e Estratégia Saúde da Família e que produzem um eco nos índices de mortalidade infantil. Rasella e seu grupo desenvolveram uma microssimulação, projetando os efeitos da pobreza e os programas sociais na saúde infantil em todos os 5,507 municípios brasileiros no período entre 2017 a 2030.
Comparada com a cobertura reduzida dos programas sociais graças às medidas fiscais, a manutenção dos níveis de proteção social levaria a um índice de mortalidade 8,6% (margem de erro entre 6,9% e 10,2%) menor em 2030, como estimou o estudo. Mortes infantis evitáveis chegariam a aproximadamente 20,000 e internações a 124,000 mais baixas entre 2017 e 2030. Sob várias simulações, que variavam entre a duração da crise econômica e a quantidade de cortes fiscais, a mortalidade infantil ainda era afetada. A pesquisa também mostra que municípios mais pobres seriam desproporcionalmente impactados por estes resultados.
“Nosso estudo sugere que a cobertura reduzida de programas de assistência primária e redução da pobreza pode resultar em um número substancial de mortes e hospitalizações infantis evitáveis no Brasil,” diz o autor. “Essas medidas fiscais terão impacto desproporcional em municípios mais carentes, interrompendo as tendências anteriores na redução de desigualdade e nos resultados da saúde infantil.”
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Fonte da matéria: EurekAlert!
Fonte da imagem: EurekAlert!