Como um cientista se parece? Crianças estão desenhando mais mulheres do que nunca
Quando solicitados para desenhar um cientista, crianças em idade escolar nos Estados Unidos desenham cada vez mais mulheres. Essa é a principal conclusão de um novo estudo que compilou informações sobre 20.860 desenhos feitos por estudantes de 5 a 18 anos em 5 décadas.
Pesquisadores da Northwestern University concluíram que os pontos de vista estereotipados das crianças, ligando homens a cientistas, podem ter encolhido nas últimas cinco décadas.
Durante os anos 60 e 70, menos de 1% dos estudantes descreviam cientistas como mulheres. Mas a porcentagem de mulheres no “desenho de um cientista” segundo as crianças aumentou com o tempo, chegando a 34% em 2016. E os números são ainda maiores quando se olha para desenhos feitos por meninas: apenas 1% desenhou mulheres cientistas nas primeiras duas décadas, mas na última década mais da metade desenhou mulheres, relatam os pesquisadores.
A tendência de como as crianças percebem os cientistas é paralela a um aumento no número real de mulheres cientistas. Mais ou menos no mesmo período de tempo – de 1960 a 2013 – a porcentagem de mulheres ocupando cargos científicos subiu de 28% para 49% em ciências biológicas, de 8% para 35% em química e de 3% para 11% em física e astronomia.
“Essa mudança sugere que os estereótipos infantis que ligam a ciência aos homens se enfraqueceram ao longo do tempo… consistentes com mais mulheres se tornando cientistas e a mídia infantil representando mais mulheres cientistas em programas de televisão, revistas e outras mídias”, disse o estudo.
David Uttal, co-autor do estudo, disse que os pais podem desempenhar um papel fundamental no ajuste de estereótipos que deixam muitas crianças acreditando que as mulheres não podem se tornar concorrentes em campos científicos.
“Com base nas mudanças culturais, professores e pais devem apresentar às crianças vários exemplos de cientistas do sexo feminino e masculino em muitos contextos, como cursos de ciências, programas de televisão e conversas informais”, explicou Uttal.
A maioria dos cientistas ainda é homem, mas à medida que o tempo passa, isso está mudando – até mesmo na imaginação das crianças.
Referência: Science