Biomarcadores na saliva identificam risco de Alzheimer

Traduzido de Neuroscience News

Imagem em destaque: disponível na notícia original

Sua saliva pode conter uma pista de sua futura saúde cerebral. Pesquisadores do Beaumont Research Institute, parte do Beaumont Health em Michigan, estão esperançosos de que seu estudo envolvendo pequenas moléculas na saliva vai ajudar a identificar aqueles com risco de desenvolver a doença de Alzheimer – uma condição neurológica com previsão de ser epidêmica mundialmente no ano de 2050. O estudo foi publicado no Journal of Alzheimer’s Disease, periódico dedicado a publicações de estudos sobre a doença de Alzheimer.

O estudo exemplifica a jornada de cientistas para combater a doença de Alzheimer, uma doença degenerativa neurológica sem cura e sem diagnósticos confiáveis. Nos Estados Unidos, o Alzheimer afeta mais de 5 milhões de pessoas. Pesquisadores buscam desenvolver biomarcadores válidos e confiáveis, diagnosticando a doença nos estágios iniciais, antes do dano cerebral ocorrer e a demência começar.

O pesquisador Stewart Graham, Ph.D., diz: “Usamos metabolômica, uma técnica nova para estudar moléculas envolvidas no metabolismo. Nosso objetivo foi encontrar padrões únicos de moléculas na saliva dos participantes do estudo que pudessem ser utilizados para diagnosticar o Alzheimer em estágios iniciais, quando o tratamento é considerado mais eficaz. Atualmente, terapias para o Alzheimer são iniciadas apenas depois do paciente ser diagnosticado e os tratamentos oferecem modestos benefícios”.

Metabolômica é usada na medicina e biologia para estudar organismos vivos. Ela mede grandes números de pequenas moléculas que ocorrem naturalmente, chamadas metabólitos, presentes no sangue, saliva e tecidos. O padrão ou impressão digital dos metabólitos na amostra biológica pode ser usado para aprender sobre a saúde do organismo.

“O estudo do nosso time demonstra o potencial de usar a metabolômica e saliva para o diagnóstico precoce da doença de Alzheimer,” explica o Dr. Graham. ” Dadas a facilidade e conveniência de coletar saliva, o desenvolvimento de biomarcadores precisos e sensíveis seria ideal para diagnosticar aqueles com grande risco de desenvolver o Alzheimer. De fato, diferente do sangue e fluído cérebro espinhal, a saliva é um dos meios menos invasivos de obter amostras celulares e mais baratos”.

O estudo incluía 29 participantes adultos divididos em três grupos: deterioração cognitiva média, portadores de Alzheimer e um grupo controle. Após a coleta de amostras, os pesquisadores identificaram positivamente e quantificaram precisamente 57 metabólitos. Algumas variações nos biomarcadores eram significantes. De seus dados, eles foram capazes de fazer previsões quanto àqueles com maior risco de desenvolver Alzheimer. Diz o Dr. Graham: “Mundialmente, o desenvolvimento de biomarcadores válidos e confiáveis da doença de Alzheimer é considerado a maior prioridade da maioria de estratégias de combate à demência. É necessário um primeiro passo para desenvolver estudos de prevenção e intervenção precoce”.

Enquanto norte-americanos envelhecem, o número de pessoas afetadas pelo Alzheimer está aumentado dramaticamente. De acordo com a Alzheimer Association, em 2050, é estimado que o número de norte-americanos vivendo com a doença de Alzheimer triplique para cerca de 15-16 milhões.

A doença de Alzheimer é um tipo de demência que afeta as habilidades cognitivas de quem é afetado; impacta fortemente os relacionamentos, independência e estilo de vida. A condição não apenas afeta milhões de norte-americanos, mas, em 2017, custa ao país $259 bilhões.

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Fonte:

IOS Press “Biomarkers in Saliva Identify Alzheimer’s Risk.” NeuroscienceNews. NeuroscienceNews, 19 May 2017.