Universitários, saiam de suas tocas!

Imagem de Capa: Autor desconhecido, extraído da internet

Nos últimos dois anos, uma onda crescente de vlogs de ciência atingiu o YouTube: canais como Primata Falante, Peixe Babel, Canal do Slow, dentre outros, apresentaram conteúdo que vai na contramão do que é mais consumido pelos jovens e conseguiram significativo sucesso, ampliando o movimento começado pelo Canal do Pirula e Nerdologia, o que culminou na criação do Science Vlogs BrasilBlablálogia. Contudo, ainda existe uma grande quantidade de pessoas – cerca de 8,0 milhões – com potencial de se tornarem divulgadores científicos: os universitários.

Em muitas famílias, a primeira geração de indivíduos com ensino superior está acontecendo agora. Desde a ampliação do ensino público superior, a unificação do ENEM e a criação do Prouni e FIES, muitas pessoas tiveram a oportunidade de ingressar em uma universidade. Coisa inimaginável para a realidade das gerações passadas menos favorecidas. Além de poder ter condições melhores de vida, os neófitos das universidades podem entrar em contato com pessoas de diversas culturas e até mesmo de outros países; bem como podem ser fonte de conhecimento e instrução para suas famílias.

O dever de casa é simples: comunique à sua família e seus amigos as coisas que você aprende. Faça com que todos saibam o que você faz e a importância disso. Conte para seu pai, que sequer terminou o ensino fundamental, como é feito para calcular as dimensões de uma lata de cerveja ou como os vírus agem em nosso corpo. Conte para sua mãe, formada em outra área, os experimentos que realiza em seu laboratório ou seus estudos para um ensaio de sociologia. A tarefa é de ainda maior importância para bolsistas e estudantes do ensino público: mostre que o dinheiro dos impostos estão sendo bem investidos e propiciam avanços a passos largos. Utilize, também, das redes sociais para atingir mais pessoas. Faça um canal com conteúdos de matérias que você domina e incentive iniciativas semelhantes.

Em suma, as revoluções científicas – como descritas por Thomas Kuhn – não se dão apenas pela esfera técnica e acadêmica: elas podem acontecer com transformações sociais.

Referências :

Censo da educação superior – http://portal.mec.gov.br/component/tags/tag/32044-censo-da-educacao-superior

CHALMERS, A.F., O que é ciência afinal?, Editora Brasiliense, 1984

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