Dados os primeiros passos para neutralização do Zika
Imagem de Capa: Kateryna Kon/Science Photo Library
A comunidade científica internacional foi pega de surpresa quando, ano passado, o Brasil passou por um surto do vírus Zika, que foi correlacionado com um aumento nos casos de microcefalia (nascimento de bebês com cérebro e crânio de tamanho menor que o normal, podendo levar a sérios problemas neurológicos). A epidemia foi, desde então, bastante reduzida, mas um novo surto pode ser desencadeado a qualquer momento. Assim, é essencial que possuamos maneiras de combater o vírus e suas manifestações.
Nesse sentido, pesquisadores da University of North Carolina, nos EUA, deram um passo importante ao descobrirem como um anticorpo humano, conhecido com C10, é capaz de neutralizar o vírus. Já que sabia que o C10 interage com o vírus da Dengue e que era capaz de neutralizar o Zika, mas a forma como ele fazia isso ainda era desconhecida.
Infecções virais seguem dois mecanismos básicos – o “docking”, ou ancoragem, onde o vírus se liga à célula que vai infectar, e a “fusion”, ou fusão, onde o vírus se funde à célula e o DNA viral adentra a mesma. Utilizando microscópios de altíssima capacidade, os pesquisadores foram capazes de observar que o C10 interagia com uma proteína importante no processo de fusão do vírus, impedindo desta forma a infecção.
A descoberta é relevante por dois motivos: Um, por demonstrar a eficácia do C10 como uma potencial forma de tratamento para o Zika, e dois por permitir à comunidade científica compreender melhor os mecanismos de fusão do vírus. Supostamente o tratamento por C10 deve também ser mais eficaz que os tratamentos convencionais que tentam impedir a ancoragem do vírus, pois o mesmo é capaz de “driblar” impedimentos no processo de ancoragem, mas não no de fusão.
Fonte: EurekAlert