Legalização da maconha em Washington não teve efeito – positivo ou negativo – ao acesso à droga entre adolescentes, conclui estudo

Imagem de capa: Autor desconhecido, assumido como domínio público. Extraído de Publicdomainpictures.net

A questão da legalização da maconha é bastante polêmica no Brasil e em todo o mundo. Alguns defendem que a legalização não traria malefícios à saúde pública e poderia prejudicar significativamente o tráfico, enquanto outros afirmam que a droga é prejudicial e sua legalização poderia disseminar a droga na sociedade. Buscando auxiliar o esclarecimento desta questão, pesquisadores apresentaram na Pediatric Academic Societies 2016 Meeting o resultado de sua pesquisa, que concluiu que a legalização da maconha em Washington não facilitou nem dificultou o acesso à droga entre adolescentes.

Para realizarem seu estudo, os pesquisadores recolheram e compararam dados obtidos através da Washington State Healthy Youth Survey, que incluía, entre diversas outras questões, qual era a percepção de dificuldade por parte dos jovens em obter drogas como maconha, álcool, bem como drogas ilícitas como LSD e cocaína. Ou seja, o questionário perguntava se os jovens consideravam fácil ou difícil ter acesso à determinadas drogas.

Os pesquisadores observaram que, entre 2010 e 2014, não houve alterações significativas na porcentagem de jovens que consideraram o acesso à maconha como “fácil” (em 2010 era de 55% e em 2014, 54%). Porém, os pesquisadores também observaram que o número de jovens que considerou o acesso às outras substâncias do questionário como “difícil” aumentou significativamente para todas as drogas, exceto à maconha. O fato de que o acesso à todas as drogas exceto a maconha foi dificultado foi considerado “preocupante” por Andrew Adesman, um dos autores do trabalho.

A autora Natalie Colaneri espera que os dados levem à um aumento dos esforços para combater o acesso à droga por parte de adolescentes, visto que a maconha pode ter efeitos maléficos sobre a saúde dos mesmos.