Descoberta em ratos a molécula da atração
Uma equipe de pesquisa liderada pela professora Julie Bakker na Universidade de Liége, na Bélgica, junto do professor Ulrich Boehm da Universidade de Saarland na Alemanha chegou a uma conclusão a respeito do funcionamento do sexo no nosso cérebro. Os resultados foram publicados hoje (26) na Nature Communications.
Usando como exemplo cobaias fêmeas, pesquisadores encontraram um hormônio no cérebro de ratos apropriadamente chamado kisspeptina, responsável por controlar tanto a atração quando o comportamento sexual. Eles também descobriram que feromônios liberados pelos seus opostos ativam neurônios que, em resposta, transmitem esse sinal para outro aglomerado de neurônios (moderadores de gonadotropina) que define a atração pelo sexo oposto. Em paralelo, eles também transmitem esse sinal a células neurotransmissoras que produzem óxido nítrico, dando início à atração sexual.
“Esse trabalho nos deu mais pistas sobre como o cérebro decodifica certos sinais do mundo exterior e traduz esses fatores externos como impulsos e comportamento. Em muitos animais, o comportamento sexual é iniciado quando a ovulação é garantida de resultar na melhor chance de fertilização e, a partir daí, propagar a continuidade da espécie. Até agora, pouco havia sido descoberto a respeito de como o cérebro tem a ver com períodos de fertilidade, atração e sexo. Agora no entanto temos uma única molécula que controla todos estes aspectos através de diferentes circuitos de neurônios funcionando em paralelo um com o outro,” disse Ulrich Boehm, professor de Farmacologia e Toxicologia Clínica Experimental, na Universidade de Saarland.
Unidos todos os resultados, o mosaico de respostas nos mostra que fertilidade e puberdade, assim como outros fatores do aspecto sexual, são controlados por uma única molécula. Este estudo abre novas e empolgantes possibilidades para o tratamento de pacientes com distúrbios psicossexuais, como distúrbio do desejo hipossexual. “Atualmente não há nenhum tratamento efetivo para mulheres que sofrem com um baixo padrão de desejo sexual. A descoberta da kisspeptina e o que ela controla pode mudar isso,” explicou a professora Julie Bakker, que lidera o Laboratório de Neuroendocrinologia na Universidade de Liége.
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Fonte da matéria: EurekAlert!
Fonte da imagem: iStock