Correr ou andar na chuva?

Imagine a seguinte situação, você está saindo do trabalho ou da escola e quando chega na rua se depara com uma inesperada pancada de chuva, típica do verão no Brasil. Como um bom brasileiro desprevenido, você não traz consigo um guarda-chuva; e agora, o que fazer? Será melhor correr, ou andar na chuva?

O primeiro a se fazer é observar a chuva e a direção que o vento a sopra. Aproximemos então – para uma fácil compreensão – que você seja o Bob Esponja (um bloco) ilustrado na figura abaixo.

bob

A chuva cai com uma velocidade VA.

Primeiramente, vamos supor que não há ventos, ou ele sopre a favor da trajetória escolhida. Como você vai estar correndo ou caminhando em direção a ela (com uma velocidade VB), do seu ponto de vista – seu referencial – a chuva estará inclinada; a decomposição das velocidades envolvidas se dá pelo que chamamos de regra do paralelogramo.

Chuva

 

A regra do paralelogramo, nos demonstra que devemos somar os dois vetores velocidades envolvidos no nosso problema inicial. Portanto, matematicamente, temos que a velocidade resultante da velocidade da chuva e da sua velocidade, pode ser expressa como V, que será a velocidade e a direção dos pingos da chuva.

VETORES

Usando um simples teorema – Teorema de Pitágoras “a soma dos quadrados dos catetos é igual ao quadrado da hipotenusa. ” (Equação 1) – Podemos chegar a uma resposta bem sensata do que fazer nesta situação.

eq

Se aumentarmos a nossa velocidade, aumentaremos o vetor VB, e com isso obteríamos cada vez uma inclinação maior das gotículas de chuva sob nosso corpo, como mostra o esquema abaixo, quanto mais rápido você estiver, mais na direção horizontal a chuva colidirá com você.

Sem título

Analisando no nosso bloco (Bob Esponja), vemos que a área lateral é bem maior que a área da base, assim como é com o nosso corpo – nossa cabeça possui uma área bem menor do que a frente ou as costas de nosso corpo. Se nosso corpo estiver inclinado, em relação ao solo, de maneira que fique exatamente no mesmo ângulo da chuva, a água cairia apenas na nossa cabeça, diminuindo ainda mais a área de contato, fazendo você se molhar menos.

inclinado

Neste caso então, concluímos que se você andar na chuva, além de molhar sua cabeça, molhará também seu corpo todo, logo é vantagem você correr (o mais rápido que puder) e se manter inclinado em direção à chuva.

Já, se a chuva estiver na direção oposta ao seu movimento, bem, daí você não deve se esforçar tanto assim para correr, deve apenas acompanhar a velocidade com que a chuva se desloca na horizontal. Desta forma, você molhará sua cabeça e seus ombros, evitando coletar gotas com a parte da frente e com suas costas.

Portanto, nada de andar na chuva para coletar menos gotas, o jeito certo é fazer uma boa análise da situação a qual você se encontra e escolher o melhor jeito de sair dessa emboscada o mais seco possível, não é mesmo?

 

Referências
http://brasilescola.uol.com.br/matematica/teorema-pitagoras.htm
<https://www.youtube.com/watch?v=DSPLqOKaHp4&gt;
WALKER, Jearl, 1945-, O circo voador da física / Jearl Walker ; tradução de Claudio Coutinho de Biasi. -[Reimpr.]. – Rio de Janeiro : LTC 2012.

Sobre o Autor - Giovana