Cientistas de campo. A ciência fora dos laboratórios (ou quase)
Ser cientista vai além de ter uma graduação formal. Óbvio que para se tornar uma profissional de alguma área, você vai precisar do canudo, mas você pode ser cientista o tempo todo desde que você seja naturalmente curioso. Convenhamos, não é surpresa pra ninguém que ser cientista não é uma atividade lá muito popular no Brasil e no mundo. O estereótipo do cara de jaleco enfurnado em um laboratório, e que se limita a calibrar suas máquinas, a coletar dados, cuidar e tratar de amostras, correr atrás de financiamento para pesquisa, se virar nos 30 na infraestrutura fajuta (nem vou citar o cenário atual das nossas instituições responsáveis por promover pesquisas e do cenário político), ou ainda, do cientista absorto em livros e elaborando teorias linguísticas, econômicas, sociais; tudo isso somado com o
desinteresse geral das pessoas pela ciência e à falta de reconhecimento do profissional, não ajudam a manter aquele encanto inicial da época de criança, o glamour do status de cientista. No fim só sobra para fazer ciência quem seja motivado por amor e pelo dever. Não é de se espantar que diversas pessoas se desencantem de se tornarem cientistas de qualquer área.
O estereótipo acima não está muito longe da realidade, mas nem tudo são lágrimas e tédio na “profissão cientista”. Há sempre a possibilidade de conciliar o divertimento pessoal com a ciência. Viajar é sempre bom, mas já tentou viajar por caminhos e locais de granderelevância científica? Já visitou os lençóis maranhenses e se perguntou como raios ele ocorre? Ou dentro do avião e viu formações rochosas espetaculares do alto? Você pode sempre aprender algo científico turistando pelo Brasil e pelo mundo, aprender sobra aquela formação natural fantástica, sobre um prédio histórico, sobre um animal exótico em seu habitat. Claro que isso não chega a ser considerado fazer ciência, mas aprender sobre eles te renova o ânimo para, quem sabe, você decidir fazer parte da comunidade científica.
Agora imagine, se graduar em alguma área da ciência enquanto viaja pelo Brasil. Como estamos próximo ao ENEM 2017, e é desejo desse servo que vos escreve que a comunidade científica aumente cada vez mais, trago boas novas. Uma alternativa para as

fonte da imagem: http://www.insgrum.com/media/1124128993281436527_408144217 créditos: Bárbara Queiroz
pessoas que desejam ir além do típico trabalho de laboratório atribuído ao cientista, é seguir uma carreira dentro das ciências da natureza. Existem diversas opções de carreiras dentro da meteorologia, biologia, biologia marinha, geologia e oceanografia entre outros. Não se engane, ainda haverá horas e horas gastas num laboratório, debruçados na frente do computador madrugada adentro, mas fazer ciência em meio natureza é extremamente gratificante, e uma saída para quem não quer a injusta alcunha de rato de laboratório. Sem mencionar as amizades feitas e histórias vividas durante a graduação, a rotina árdua e incessante acaba por favorecer a criação de laços, de algumas desvenças, e surgem as mais interessantes histórias.
Ainda, diversas áreas do conhecimento crescem em importância a cada dia, entre elas a conservação do patrimônio natural, tais como sítios geológicos, paleontológicos, áreas de proteção ambiental e similares; com a significativa importância dada ao desenvolvimento sustentável cresce também a necessidade de se fazer entender para o público leigo em empreendimentos de explotação de bens naturais (o termo exploração se refere apenas à pesquisa), como recursos e reservas minerais e da matriz energética. Mas a conversa acaba quando, com boas razões, a desconfiança dirigida aos empreendimentos extrativistas é grande e quando o desinteresse pela ciência é maior, a população acaba por não compreender os desdobramentos políticos, sociais e econômicos da destruição de patrimônio natural e/ou da necessidade de explotação dos recursos naturais para nossa subsistência. Cada vez mais se faz necessários cientistas que possam comunicar todos os fatos e encontrar esse equilíbrio entre bem estar social e desenvolvimento sustentável.
O Brasil é um país extenso, de riquezas naturais exuberantes, e de uma relevância enorme para a ciência. Investimos pouco em ciências e tecnologia e não instigamos interesse o suficiente nas pessoas, nos nossos alunos, em nossas crianças. Em ordem para aumentarmos o efetivo de profissionais de ciência, talvez devessemos derrubar essa visão preconceituosa do cientista aborrecido trancado numa sala com aparelhagens e anotações, para quem sabe mais crianças sonhassem em ser cientistas ao invés de focarem apenas e serem artistas, atletas ou empresários, profissões igualmente árduas, mas muito mais glamourizadas do que a do cientista. E mais importante ainda, precisamos de professores e divulgadores apaixonados que tornem a ciência simples e acessível para todos.
Seguem links de algumas profissões que possuem em algumas de suas disciplinas de graduação e linhas de pesquisas, atividades em campo:
https://guiadoestudante.abril.com.br/profissoes/ciencias-biologicas/
https://guiadoestudante.abril.com.br/profissoes/geologia/
http://www.guiadacarreira.com.br/guia-das-profissoes/geologia/
https://guiadoestudante.abril.com.br/profissoes/oceanografia/
http://www.guiadacarreira.com.br/guia-das-profissoes/oceanografia/
https://guiadoestudante.abril.com.br/profissoes/geofisica/
https://guiadoestudante.abril.com.br/profissoes/astronomia/
http://www.guiadacarreira.com.br/guia-das-profissoes/astronomia/
http://www.guiadacarreira.com.br/carreira/meteorologia/
https://guiadoestudante.abril.com.br/profissoes/meteorologia/
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Acredito que apenas uma graduação não torna ninguém em nada. Graduação seria apenas uma espécie de editor para aquilo que já é.
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