O que causou o colapso maia? Evidências recentes dão pistas
Imagem de Capa: Extraída da internet, autor desconhecido.
Por muito tempo os arqueólogos debateram o que teria levado ao colapso da civilização maia, uma das culturas mais complexas da América antes da chegada dos europeus, tendo desenvolvida um sistema de escrita e descoberto o zero de maneira independente.
O colapso da civilização maia do período clássico (século IX a.C.), levou ao abandono de muitas das cidades-estado que ocupavam a região. De acordo com as cronologias tradicionais se acreditava que este processo, que conforme indicam investigações recentes também marcou o fim do chamado período pré-clássico (século II a.C.) , havia ocorrido de forma gradual.
No entanto, um novo estudo a ser publicado na revista da Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos, indica que esse fenômeno ocorreu de maneira mais complexa, numa série de “ondas” de colapso, envolvendo instabilidade política e conflitos militares num primeiro momento, e apenas posteriormente o abandono das cidades, sendo que às vezes estas voltavam a ser ocupadas, antes de um novo declínio.

Ruínas de um templo no sítio arqueológico de Seibal, na Guatemala (Créditos: Sébastian Homberger, via Wikimedia Commons)
Para poder chegar a essas conclusões, os investigadores analisaram a maior coleção de datações por radiocarbono já obtida de um único sítio arqueológico maia, permitindo o estabelecimento de uma nova cronologia, mais precisa. As 154 medições foram feitas em Seibal, na Guatemala, onde o time de pesquisadores trabalhou por uma década.
Além da datação por radiocarbono, também se usou informação obtida através do estudo de cerâmica e de excavações arquelógicas na região, possibilitando saber o ritmo de crescimento da população e das construções ao longo do tempo.
A investigação, liderada pelo arqueologista Takeshi Inomata, da Universidade do Arizona, com colaboração de universidades japonesas e colegas guatemaltecos, só foi possível graças ao aprimoramento da tecnologia da datação por radiocarbono: “Nós estamos chegando ao ponto em que podemos perceber esses interessantes padrões sociais porque a cronologia é suficientemente refinada, e a datação é bastante precisa” diz o professor Inomata.
Fonte: EurekAlert