Produção de proteína e plástico a partir do biogás agrícola
Imagem de capa: Autor desconhecido, extraído de CiBiogas
O VTT Centro de Pesquisa Técnica da Finlândia (Valtion teknillinen tutkimuskeskus em finlandês) desenvolveu uma solução para converter até pequenas fontes de biogás ricos em metano em matérias-primas para alimentação animal ou bioplástico. Esta solução é baseada na capacidade de bactérias metanotróficas crescerem em metano em fermentadores a gás.

Créditos: VTT
O biogás é rico em metano e é gerado em fazendas, aterros e estações de tratamento de águas residuais na digestão anaeróbica do material biológico. Até hoje, a transformação deste gás em biometano só foi viável em grandes sítios produtores de biogás, no entanto em pequenas fontes de biogás, como fazendas, permaneceram em grande parte inexploradas.
O método desenvolvido pela VTT reduziria as emissões, aumentaria o uso de biogás e melhoraria a autossuficiência da produção de proteínas além da produção de bioplástico, um plástico que tem as mesmas propriedades do plástico comum, mas se difere por usar como matéria-prima, fontes renováveis como resíduos de soja, amido de arroz, milho e de cana de açúcar.
O método baseia-se na capacidade das bactérias metanotróficas de crescerem em condições aeróbias em fermentadores a gás, usando metano como fonte de carbono e energia. O processo é o seguinte: O gás metano gerado por digestão anaeróbia é enviado para um fermentador de gás. Um meio de crescimento contendo as bactérias metanotróficas circula através dos tubos do fermentador de gás, criando uma biomassa de proteína com um teor de cerca de 60%. A massa então é filtrada, pasteurizada e seca.
Com base em estudos anteriores, as proteínas monocelulares produzidas a partir de microrganismos podem ser substituídas por ingredientes como carne, soja, clara de ovo ou peixe em alimentos e rações. A Finlândia depende da importação da soja, e uma flutuação da produção mundial provoca flutuações de preços e incerteza quanto à disponibilidade deste gênero alimentício no pais. Portanto, a produção de proteínas representa uma boa oportunidade para melhorar a autossuficiência de proteínas.
Apesar de promissora, a taxa de produção do método VTT ainda precisa ser melhorada, mas anos de trabalho de desenvolvimento está por vir. Além disso, a adequação da fração proteica como um componente de alimentação ainda precisa ser testada.
Fonte: Eurekalert!