Astrônomos descobrem como os “tijolos da vida” são formados

Imagem de capa: Calimero via WallpaperUp

Dos 92 elementos naturais, 25 são essenciais para a vida. Destes, há seis principais elementos que são os blocos de construção fundamentais da vida. Eles são: enxofre, fósforo, oxigênio, nitrogênio, carbono e hidrogênio. Os 19 restantes elementos são definidos como oligoelementos, também chamados de elementos traço, que são importantes, mas necessária apenas em quantidades muito pequenas. A base da vida pode ser centrada em um elemento: o carbono. A importância do carbono está em ser o “esqueleto” de diversas moléculas essenciais para a vida. Porém, como essas substâncias fundamentais são criadas no espaço tem sido um mistério de longa data.

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Principais elementos responsáveis pela existência da vida (Crédito: Autor desconhecido, extraída da internet)

Agora, os astrônomos começam a entender melhor como as moléculas necessárias para a construção de outros produtos químicos essenciais para a vida são formadas. Graças a dados do da Agência Espacial Europeia, os cientistas descobriram que a luz ultravioleta das estrelas desempenha um papel fundamental na criação dessas moléculas, ao invés de eventos do tipo “choque” que criassem turbulência, como a explosão de uma supernova ou jovens estrelas “cuspindo” material, como se pensava anteriormente.

Os cientistas estudaram a química do carbono na nebulosa de Orion, a região mais próxima da Terra de formação de estrelas que é responsável por formar estrelas massivas. Eles mapearam o montante, a temperatura e os movimentos das moléculas de carbono-hidrogênio (CH, ou radical “metilidino” para os químicos), do íon positivo de carbono-hidrogênio (CH+) e do íon de carbono (C+). Um íon é um átomo ou molécula com um desequilíbrio de prótons e elétrons, resultando em uma carga diferente de zero (neutro).

Uma das principais teorias sobre a origem dos hidrocarbonetos básicos (moléculas formadas apenas de carbono-hidrogênio) tem sido que eles formaram em “choques”. Áreas de nuvens moleculares têm um monte de turbulência geralmente criam choques. Essas vibrações podem retirar elétrons dos átomos, tornando-os íons, que são mais propensos a combinar e assim reagir. Mas o novo estudo não encontrou nenhuma correlação entre esses choques e o íon CH+ na nebulosa de Orion.

Dados da Observatório Espacial Herschel mostraram que estes íons CH+ foram mais propensos a serem criados pela emissão de luz ultravioleta de estrelas muito jovens na nebulosa de Orion, que, comparadas ao Sol, são muito mais quentes, mais maciça e emitem muito mais luz ultravioleta. Quando uma molécula absorve um fóton de luz, torna-se “excitado” e tem mais energia para reagir com outras partículas. No caso de uma molécula de hidrogênio, a molécula de hidrogênio vibra, gira mais rapidamente ou os dois quando atingido por um fóton ultravioleta.

Os cientistas combinaram estes dados com modelos de formação molecular e descobriram que a luz ultravioleta é a melhor explicação de como os hidrocarbonetos são formados na nebulosa de Orion.

Os resultados têm implicações para a formação de hidrocarbonetos básicos em outras galáxias também. Sabe-se que em outras galáxias eventos do tipo choque podem existir, mas regiões densas em que a luz ultravioleta domina podendo desempenhar um papel fundamental na criação de moléculas fundamentais como hidrocarbonetos lá, também.

Fonte: NASA

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