Cientistas descobrem que fármaco usado contra câncer de mama pode piorar o quadro em baixas doses

Imagem de capa: Autor desconhecido, extraído de Nerdreactor

Em tempos de fosfoetanolamina, vem à tona a ignorância da população sobre o processo de desenvolvimento de fármacos e o quão complicado e sensível ele pode ser, especialmente para uma doença tão complexa quanto o câncer. Essa realidade ficou evidente semana passada, quando pesquisadores chineses publicaram no The FESB Journal a sua descoberta: O paclitaxel, quimioterápico mais utilizado no combate ao câncer de mama, pode promover a metástase – ou seja, a dispersão – das células cancerígenas para o fígado quando ministrada em baixas doses.

Ao ministrar o fármaco em menores doses, os pesquisadores observaram que o fármaco perdia sua ação anti-tumoral, ao passo que o comportamento de metástase dos tumores de ratos tratados com baixas doses foi claramente exacerbado, devido à uma promoção da inflamação local e do processo conhecido como “Transição epitélio-mesenquimal”, na qual células de epitélio (Células de revestimento, como as da pele e do interior de tubos e ductos) perdem suas características de adesão, tornando-se células capazes de migrarem através da corrente sanguínea.

É importante ressaltar que esses resultados não comprometem a eficácia do paclitaxel no combate ao câncer. O fármaco é eficaz em sua ação anti-tumoral quando ministrado nas doses habituais, e não promove a metástase. A grande utilidade desta descoberta é o aperfeiçoamento de estratégias de tratamento – no caso, esta pesquisa indica que reduzir a dose do paclitaxel para reduzir efeitos colaterais não é uma boa idéia. Essa é a importância de se adequar ao correto processo científico: permitir que a eficácia da droga seja testada e comprovada, bem como quais são suas melhores estratégias de administração, e em quais casos ela pode ser prejudicial.

Fonte: Eurekalert

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