Os riscos da Depressão Gestacional

É, parece que finalmente chegou, aquela criança desejada que sempre esteve nos seus sonhos de menina, que estava naquelas brincadeiras de boneca em que você a banhava, limpava e até amamentava. Tudo perfeito, um sonho lindo finalmente vai se realizar, certo?

Não.

Está no imaginário de muitas mulheres o quanto será perfeito ter um filho, isso é tão enraizado, que para muitas pessoas em nossa sociedade chega a soar estranho a mãe rejeitar ou se sentir mal durante a gestação. Movidos por razões muitas vezes religiosas, até as próprias mães se sentem mal por estarem se sentido mal, faz sentido?

A depressão na gestação é mais comum do que parece, em minhas pesquisas foi possível constatar que cerca de 10% a 20% das mulheres grávidas podem passar por uma situação como essa, o que para mim é um número assustador.

Em um estudo publicado pela Revista Eletrônica Saúde Mental Álcool Drog. No qual foram avaliadas cerca de 42 gestantes, foi constato que cerca de 17% delas tinham em algum grau o quadro depressivo, e cerca de 7% de disforia (mudanças repentinas no estado de humor).

Quais são os principais sintomas?

Os sintomas são diversos, e devem ser avaliados com muito cuidado pelo profissional de saúde que acompanha essa mulher. Dentre os mais comuns, podemos citar a insônia, anedonia, falta de apetite, comportamentos introspectivos constantes, facilidade em chorar, irritabilidade, ansiedade, medo e etc.

É importante salientar que a depressão na gestação é diferente da depressão pós-parto, que apesar de poderem ser provocadas por situações semelhantes, a depressão pós-parto é um transtorno com características únicas, e que deve ser analisado a parte.

O que pode causar a depressão?

Dentre muitos fatores, um dos demonstrados como mais relevantes, é o histórico depressivo anterior da própria mulher. Sabemos que esse período gestacional gera muitas mudanças hormonais, assim como muitas alterações no humor, razões essas que por si só não seriam o problema – já que essas mudanças são naturais – porém, muitas mulheres se tornam mais sensíveis a essas alterações, em decorrência do seu histórico, o que pode acabar gerando o quadro.

Outro fator considerado de risco, são mulheres que tenham casos de depressão anteriores em suas famílias, ou seja, que tenham predisposição genética.

Além disso, fatores externos como problemas financeiros, familiares, ou algum tipo de situação traumática, pode se tornar uma relação contingencial para depressão.

O que pode ser feito? (Tratamento).

No mesmo estudo já citado anteriormente, foi possível constatar que mulheres que praticavam algum tipo de atividade de lazer – como sair com a família finais de semana – tiveram uma baixa significativa ao quadro depressivo. Então, caso seja possível, procure sempre realizar atividades que ache prazerosas.

Um médico deverá ser consultado. É isso mesmo, por mais clichê que possa parecer essa recomendação, ela é essencial para qualquer transtorno, é a partir desse momento que você poderá identificar de forma fiel o que tem acontecido, para assim poder ter um tratamento mais eficiente.

Fontes:

Moura, Valéria Feitosa de Sousa, Pedrão, Luiz Jorge, Souza, Adrielle Cristina Silva, & Boaventura, Rafaela Peres. (2015). A depressão em gestantes no final da gestação. SMAD. Revista eletrônica saúde mental álcool e drogas11(4), 234-242. https://dx.doi.org/10.11606/issn.1806-6976.v11i4p234-42

Minha vida: Depressão Getacional, o que fazer?

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Sobre o Autor - José Renato