
Criptomoedas como o Bitcoin podem ser analisadas facilmente pois cada transação que as utiliza deixa um rastro. Isso significa que elas possuem um sistema muito atrativo aos estudos de físicos e acadêmicos como Leonardo Ermann da Comissão Nacional de Energia Atômica em Buenos Aires, na Argentina, e seus colegas da Universidade de Toulouse, França, que publicaram na EPJ B uma análise da estrutura da comunidade dos possuidores do Bitcoin entre 2009 e 2013, estudando suas transações durante esse período.
A equipe revelou que os resultados apontaram para uma comunidade fechada de donos da moeda altamente interconectados. Esse estudo traz explicações do que são as comunidades de criptomoedas emergentes e seus papeis em nossa sociedade e nos ajuda a compreender melhor a economia como um todo de modo mais transparente através das transações analisadas, visto que transações bancárias são processadas longe dos olhos públicos. Isso pode ser especialmente útil para cientistas da computação, economistas e políticos.
Como parte do estudo, os autores construíram uma planta dessa rede de transações (a então chamada “matriz Google”), o que ajuda a calcular características chave dentro da rede de informações obtidas, como o PageRank, um motor de busca paralelo ao próprio Google que estabelece e destaca a influência de transações de envio entre os vários donos de Bitcoin. O autor também relatou fazer uso do CheiRank, um motor similar que tem o mesmo papel detectando a atividade de recebimento de criptomoedas.
Baseado nos dados obtidos, os pesquisadores foram capazes de identificar uma estrutura incomum e fechada dentro do padrão de transações com a moeda. Até agora, tal estrutura nunca havia sido vista ou detectada dentro de outras redes no mundo real. Isso significa que existem redes ocultas de conexões entre os proprietários através de uma longa série de transações.