Por que caixas de suco são quadradas e latas de refrigerante são cilíndricas?
Certos detalhes do nosso dia-a-dia passam desapercebidos por nossos olhos e pensamentos: algumas coisas tomamos como dado, naturalmente. Mas, já parou pra pensar de onde vem o formato, material e tamanho das embalagens?
Normalmente, pensamos nas embalagens como um mero invólucro com o fim de armazenar e distribuir um produto. Contudo, existe todo um trabalho científico por trás das escolhas na hora de se desenvolver uma embalagem, que vai desde seu tamanho, formato e materiais até a disposição de seus elementos, como cores e informações.
Comecemos, então, falando sobre os materiais: para escolhê-los, a empresa deve pensar desde sua composição química(para evitar contaminações) até a armazenagem. A escolha dos pigmentos pode ser crucial, pois crianças – e adultos a depender do caso – podem acabar ingerindo partes da embalagem, logo é razoável e necessário considerar esse cenário no desenvolvimento do produto.
Um dos principais pontos é a questão do armazenamento: qual deve ser o formato de uma embalagem para maximizar o aproveitamento de espaço, ao mesmo tempo em que se minimiza a quantidade de material? A princípio, uma embalagem em forma de paralelepípedo resolveria o problema do espaço, pois o aproveitamento é máximo na hora de agrupar e empilhar as embalagens. Para caixas de suco, por exemplo, esta solução basta, pois o material normalmente utilizado é barato(material cartonado). Mas isso não funciona para embalagens de refrigerante, pois essas utilizam como material o alumínio, mais caro que o material cartonado. Logo, em larga escala, embalagens retangulares seriam um custo extra, além da dificuldade de se manter uma fina folha de metal nesse formato.
Façamos, então, a forma que possui a menor área de superfície e, portanto, a menor quantidade de material: esférica! Mas, existe um problema: esferas utilizam pouco material, mas o aproveitamento de espaço é mínimo, pois entre as diversas embalagens restariam lacunas, que não poderiam ser preenchidas e, logo, os gastos com logística seriam maiores. Resta, então, mais uma opção: o formato cilíndrico, que é o meio termo entre quantidade de material e aproveitamento de espaço.
Feito isso, alguns cálculos – que não vêm ao caso – são feitos para determinar qual deve ser a altura e diâmetro da lata ideais, tendo um volume fixado, para que se gaste a menor quantidade possível de material. Feito isto, teremos um modelo de embalagem ideal para o produto. Alguns ajustes podem ser necessários conforme as necessidades: nem sempre o modelo ótimo é a melhor escolha de acordo com os objetivos, mas todas essas considerações são feitas em um longo processo.
Quanto às informações e elementos de uma embalagem… deixemos para um próximo momento, pois é um assunto extenso – e extremamente interessante!
Referências:
Imagem em destaque: autor desconhecido, obtida na internet
STEWART, James. Cálculo Vol. 1, Cengage, 7ª edição, 2013.