Novo estudo sugere importante papel do cérebro na manutenção da temperatura corporal

Traduzido e Adaptado do “Science Daily”, autor original: Mount Sinai Health System

Um novo estudo da Escola de Medicina Icahn, associada ao hospital Monte Sinai (Nova York, Estados Unidos), fornece importantes pistas sobre a maneira como o corpo regula a sua produção de calor, um processo conhecido como termogênese, que é atualmente intensamente estudado como um alvo para o tratamento de diabetes e obesidade em seres humanos.

Enquanto os pesquisadores tinham anteriormente hipotetizado que os macrófagos, uma classe de células do sistema imune, desempenhava um papel fundamental nesse processo, o novo estudo sugere que o principal condutor da termogênese é o sistema nervoso simpático, o qual é controlado principalmente pelo cérebro. Os resultados foram publicados no periódico Nature Medicine.

O grupo de pesquisa do hospital Monte Sinai, liderado pelo Dr. Christoph Buettner, o principal autor do estudo e Professor de Medicina (com especialização em Endocrinologia, Diabetes e Doenças ósseas) na Escola de Medicina Icahn do Monte Sinai, se focou nas catecolaminas, hormônios liberados pelo sistema nervoso simpático para ativar o tecido adiposo marrom. O tecido adiposo marrom é um tipo de tecido adiposo ( de gordura) que queima energia para produzir calor e nos manter aquecidos. As catecolaminas também podem converter tecido adiposo branco, o tipo mais familiar de tecido adiposo, que armazena lipídios, em um tecido que se assemelha ao tecido marrom. Os pesquisadores testaram se os macrófagos podiam proporcionar uma fonte alternativa de catecolaminas, como tinha sido proposto recentemente.

“A termogênese é um processo metabólico que recebe muita atenção como alvo de remédios que  poderiam permitir que você queimasse energia e portanto reduzisse a obesidade e melhorasse a diabetes. Acontece que os macrófagos não são tão importantes, já que eles são incapazes de produzir catecolaminas, mas claramente o cérebro através do sistema nervoso simpático faz isso”, diz o Dr. Buettner. “Portanto, é muito importante estudar o papel do cérebro e do sistema nervoso simpático no que se refere ao entendimento do metabolismo.”

A habilidade de gerar calor é decisiva para a sobrevivência dos animais de sangue quente, incluindo os humanos, já que previne mortes por hipotermia (redução excessiva da temperatura corporal). “Essa pressão evolutiva moldou a biologia dos humanos e de outros animais de sangue quente, e pode em parte explicar porque nós somos propensos a desenvolver diabetes no ambiente em que vivemos” diz o Dr. Buettner.

De acordo ao Dr. Buettner, enquanto muito esforço foi dedicado tendo como objetivo o sistema imune para a cura da diabetes e da resistência à insulina, ainda não há remédios anti-inflamatórios que tenham demonstrado funcionar bem em seres humanos com doenças metabólicas. “Nosso estudo sugere que talvez a chave para combater os devastadores efeitos da diabetes e da obesidade em seres humanos seja restaurar o controle da termogênese e do metabolismo pelo cérebro e pelo sistema nervoso autônomo” conclui o Dr. Buettner.

Referência: Science Daily

Imagem: Wikimedia CommonsProduzida através da termografia, técnica que mapeia o corpo ou uma região do mesmo, diferenciando as áreas de acordo com a temperatura.

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